Resumo da tese de doutorado do Erisevelton Silva Lima
O diretor e as avaliações praticadas na escola
Os três níveis da avaliação: da aprendizagem, institucional e de larga escala compuseram o cenário da pesquisa em uma escola de anos finais do ensino fundamental da rede oficial de ensino do Distrito Federal, cuja diretora foi a principal interlocutora. A presente pesquisa, de cunho predominantemente qualitativo, foi realizada por meio de um estudo de caso do tipo etnográfico. A coleta dos dados ocorreu durante todo o ano letivo de 2010 e se estendeu até março de 2011, totalizando quinze meses de contato direto com o campo estudado. O objetivo geral desta pesquisa se pautou em compreender, tomando-se por base a ótica do diretor de uma escola de anos finais do ensino fundamental, sua ação e influência sobre as práticas avaliativas ocorridas na escola em seus três níveis: da aprendizagem, institucional e de larga escala. E os objetivos específicos para a investigação foram: analisar a participação do diretor da escola em atividades e momentos de interação com pais, estudantes, professores e coordenadores pedagógicos quando o tema da avaliação estivesse presente; acompanhar e analisar o papel do diretor da escola em atividades que envolvessem a avaliação fora do âmbito escolar; discutir o entendimento do diretor da escola sobre as práticas avaliativas que ocorreram na escola em seus três níveis (aprendizagem, institucional e de larga escala); analisar, a partir da ótica do diretor, os reflexos e as articulações presentes nos processos avaliativos na escola em seus três níveis: avaliação da aprendizagem, avaliação institucional e avaliação em larga escala (SIADE). Para tanto, recorri a estudiosos como Charles Hadji (2001), Villas Boas (2008), Freitas et al. (2009), Sordi (2009), Hoffman (2010) entre outros para sustentar a argumentação teórica e a análise dos dados. Os resultados do estudo sinalizaram elementos singulares para a área, entre os quais destaco: a diretora da Escola do Andor e a coordenadora Alfa demonstraram que, mesmo conhecendo alguns conceitos e práticas sobre a avaliação formativa, isso não lhes garantiu modificar as ações dos docentes em sala de aula quanto ao mesmo tema; a avaliação em seus três níveis esteve presente nos conselhos de classe, nas coordenações pedagógicas, nas reuniões com pais e em outros espaços, porém não havia articulação entre eles. Quanto a este item, a pesquisa apontou que articular a avaliação em seus três níveis é uma tarefa que não depende unicamente da escola porque, no nível externo, ou de larga escala, são envolvidos atores e instituições que interferem ou modificam as práticas da escola, dado o caráter de dependência aos níveis governamentais a que se vincula a escola pública. A avaliação institucional, embora tema recente na rede de ensino local, teve sua prática especialmente nos conselhos de classe realizados pela escola; no entanto, sua articulação com os demais níveis encontrou entraves por não ser conhecida ou planejada para atingir esse mesmo fim. A avaliação de redes ou de larga escala abordada neste estudo, o SIADE, mesmo que no primeiro momento tenha ganhado o olhar otimista da diretora da escola, demonstrou ser uma política terceirizada e desarticulada do currículo, do projeto da escola e, inclusive, dos documentos oficiais que tratam da avaliação e da gestão na SEDF. A presente investigação demonstrou como neste tipo de trabalho a escola e o pesquisador podem, ao mesmo tempo, tornar o espaço-campo em um espaço-tempo a serviço da formação continuada e em serviço daqueles que se envolveram com uma pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE: avaliação da aprendizagem – avaliação institucional – avaliação de larga escala – ensino fundamental
Resumo da tese de doutorado de Joseval dos Reis Miranda
MIRANDA, Joseval dos Reis. A Avaliação das aprendizagens na Educação de Jovens e Adultos por meio do portfólio. 2011. 250f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília- UnB, Brasília –DF.
RESUMO
O propósito deste estudo foi compreender as contribuições do portfólio ao trabalho pedagógico e ao processo avaliativo em turmas da Educação de Jovens e Adultos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Este objetivo geral foi desdobrado nos seguintes objetivos específicos: analisar os documentos orientadores do trabalho pedagógico e do processo avaliativo das turmas da Educação de Jovens e Adultos; analisar as práticas avaliativas em turmas da Educação de Jovens e Adultos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que utilizam o portfólio; descobrir as razões pelas quais os professores das turmas mencionadas usam o portfólio; acompanhar e examinar o processo de construção dos portfólios nas turmas; analisar as percepções das professoras e dos estudantes sobre a avaliação das aprendizagens e o trabalho com o portfólio; estudar as possibilidades, os limites e os aspectos facilitadores e dificultadores do trabalho com o portfólio em turmas da Educação de Jovens e Adultos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A metodologia de pesquisa utilizada privilegiou a abordagem qualitativa, por meio do estudo de caso com características da etnografia. Foram utilizados os seguintes procedimentos/instrumentos: análise documental, entrevista semiestruturada, observação participante e grupo focal. Foram interlocutores do estudo: três professoras da Educação de Jovens e Adultos, doze estudantes dessa modalidade, a coordenadora municipal da Educação de Jovens e Adultos e a diretora da escola pesquisada na cidade de Bom Jesus da Lapa - Bahia. As informações foram sistematizadas por meio da triangulação e da análise de conteúdo. Os diálogos com as referências teóricas pautaram-se em três eixos: Educação de Jovens e Adultos, avaliação das aprendizagens e trabalho com o portfólio. Após a discussão teórica e o caminho metodológico da pesquisa, foram apresentados os dados obtidos da realidade investigada. Os principais resultados da pesquisa apontam que, na visão dos estudantes, o trabalho com o portfólio possibilitou o amadurecimento estudantil, a participação na avaliação e a valorização de seus trabalhos e dos colegas, tendo aumentado a autoconfiança; para as professoras, a utilização do portfólio possibilitou o respeito e o conhecimento dos estudantes, a valorização da criatividade e a constituição como espaço para opinião e registro das suas percepções. Constatou-se que o trabalho com o portfólio na Educação de Jovens e Adultos possibilitou o rompimento do “imobilismo pedagógico” no que diz respeito à avaliação das aprendizagens e apontou para o compartilhamento de posturas e de atitudes, tanto das professoras como dos estudantes, no que se refere às relações de poder, aos saberes, à autoridade, ao respeito às alteridades e às formas de aprendizagens. O portfólio constituiu-se mais do que um procedimento de avaliação, tornando-se o eixo orientador do trabalho pedagógico. Este trabalho apresenta, ainda, alguns possíveis encaminhamentos elucidativos ao problema pesquisado e desdobramentos para estudos futuros. Estima-se que as ponderações aqui iniciadas e apresentadas sejam provocantes e provocadoras de novas reflexões, com vistas ao aperfeiçoamento da relação: avaliação das aprendizagens, Educação de Jovens e Adultos e trabalho com o portfólio.
Palavras-chave: Avaliação das aprendizagens. Educação de Jovens e Adultos. Portfólio.
Lançamento do livro Avaliação formativa: práticas inovadoras
Resumo da dissertação defendida por Rose Meire da S. e Oliveira
Pais/responsáveis e a avaliação das aprendizagens: percepções e significados
Resumo da dissertação defendida em junho de 2011 na Faculdade de Educação da UnB
O presente estudo refere-se a uma pesquisa realizada em 2010, desenvolvida em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental de uma instituição pública de ensino do Distrito Federal. Teve como objetivo central compreender as percepções e os significados de um grupo de pais/responsáveis acerca da avaliação das aprendizagens. Por meio de estudo de caso com observação do cotidiano escolar, análise documental, realização de grupos focais e entrevistas, sendo os pais/responsáveis os principais interlocutores, a pesquisa de abordagem qualitativa trouxe à tona, a partir das percepções e significados atribuídos pelos pais/responsáveis, evidências significativas atinentes ao processo avaliativo da aprendizagem: em que consiste, para que serve e como é realizada, quem deve avaliar e ser avaliado, o uso que é feito de seus resultados, o envio de seus resultados aos pais/responsáveis, como seus filhos se sentem ao serem avaliados, como eles próprios se sentem diante da avaliação praticada, sugestões para reorganização do processo avaliativo. A pesquisa empírica investigou um contexto de ensino ciclado, no qual se adotou a proposta pedagógica do Bloco Inicial de Alfabetização - BIA - utilizada como estratégia pedagógica pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos nas escolas da rede pública de ensino. As análises dos dados evidenciados foram fundamentadas em Esteban, Hoffmann, Jacomini, Malavasi, Mainardes, Nogueira, Paro, Perrenoud, Sordi, Veiga, Villas Boas, entre outros, que mantiveram congruência para o escopo deste trabalho. Os resultados obtidos revelaram que, embora haja um discurso de envolvimento da família no contexto da escola, os pais/responsáveis não participam efetivamente do processo avaliativo da aprendizagem de seus filhos/estudantes. Normalmente, são vistos como expectadores e não como partícipes desse processo, em instâncias avaliativas institucionalizadas na escola. Constatou-se que os pais/responsáveis valorizam a concepção formativa da avaliação e percebem que as práticas avaliativas compreendem aspectos formais (provas, tarefas de casa, atividades em sala de aula) e informais (juízos sobre valores e atitudes dos filhos/estudantes) que compõem o olhar avaliativo da professora sobre a aprendizagem dos alunos. Além disso, eles manifestaram entender que seus filhos são avaliados, também, por terem ou não acompanhamento familiar. Diante desse contexto, se sentem constrangidos e “obrigados” a responder pela não-aprendizagem dos filhos/estudantes e pouco esclarecidos acerca de conceitos e critérios avaliativos adotados pela escola. Isso se reflete diretamente na autoestima tanto dos pais/responsáveis quanto dos estudantes. Entretanto, almejam contribuir de forma mais efetiva e colaborativa para a qualidade do ensino e ação educativa da escola. Torna-se, portanto, necessário que o discurso da participação efetiva da família se transforme em ação firmada pelo projeto político-pedagógico da escola, tendo em vista não somente a valorização de seus saberes, mas ações substanciais de inclusão dos pais/responsáveis no processo avaliativo da aprendizagem. Isso fará com que a escola se torne um espaço transparente e coletivo de reflexão e discussão, possibilitando uma nova lógica avaliativa, sobretudo ética e comprometida com a emancipação dos sujeitos que fazem parte de seu cotidiano.
Palavras-chave: Pais/responsáveis. Avaliação. Trabalho pedagógico. Aprendizagens.
Resumo da dissertação defendida por Enílvia Rocha Morato Soares
O dever de casa no contexto da avaliação das aprendizagens
Resumo
Janeiro de 2011 - Faculdade de Educação da UnB
O presente estudo, oriundo de inquietudes vivenciadas no decorrer de minha vida pessoal e profissional, teve como objetivo central compreender o papel ocupado pelo dever de casa no processo de avaliação das aprendizagens e, consequentemente, na organização do trabalho pedagógico desenvolvido em uma turma dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma instituição pública de ensino do Distrito Federal. A pesquisa se organizou em torno desse propósito e trouxe à tona reflexões acerca das percepções de professores, pais e estudantes da escola investigada em relação à prática do dever de casa, bem como das formas como costuma ser avaliado por esses mesmos sujeitos. A abordagem qualitativa foi utilizada para analisar os dados levantados no processo investigativo realizado por meio de análise documental; realização de observações, grupo focal e entrevistas; e aplicação de questionários. O diálogo entre os dados evidenciados empiricamente e a teoria que fundamentou o estudo possibilitou problematizar elementos presentes na prática do dever de casa que se mostram relevantes no atual contexto da escola básica, uma vez que, por envolver questões relacionadas à avaliação educacional e, em consequência, à aprendizagem dos alunos podem interferir na qualidade do ensino que oferece. Os resultados obtidos revelaram que, embora naturalmente utilizado pelos professores e aceito pela maioria dos estudantes e seus responsáveis, o dever de cada nem sempre possibilita o alcance dos objetivos que dele se espera, e nem por isso constitui foco de reflexões pelo coletivo da escola. Constatou-se ainda que, em virtude da divergência de opiniões e posicionamentos dos pais, alunos e professores em relação às tarefas de casa, a avaliação dessas atividades se apresenta, em alguns casos, permeada de dúvidas e incertezas em relação à forma como são realizadas, sendo assim, pouco valorizadas pelo professor como fonte de informação sobre o desempenho dos estudantes. Visto dessa forma, a relação dever de casa e aprendizagem se mostra obstaculizada por uma avaliação que nem sempre oportuniza o repensar de ações pedagógicas em prol das aprendizagens dos estudantes. A pesquisa propiciou ainda a percepção de que, por ser concebido como uma extensão da escola, o gosto dos alunos pelo dever de casa, assim como pela escola, tende a decrescer à medida que avançam os anos escolares. O distanciamento existente entre os conteúdos escolares e a vida social foi percebido como um dos motivos que podem justificar essa situação, inibindo a formação de hábitos de estudo pelos alunos por meio das tarefas escolares realizadas fora do período de aula. O envolvimento efetivo dos estudantes e seus familiares na organização do trabalho pedagógico desenvolvido na escola e em sala de aula, desde sua elaboração, passando pelas necessárias avaliações e reformulações, foi apontado como alternativa para a discussão de estratégias que possam favorecer o uso do dever de casa em proveito da melhoria do ensino escolar, caso essa prática continue evidenciando-se necessária.
Palavras-chave: Dever de casa. Avaliação. Aprendizagem. Organização do trabalho pedagógico.
Apresentações pelos integrantes do GEPA
Benigna M. de F. Villas Boas:
-"Construção da avaliação formativa na Educação Profissional", nos Institutos Federais de Brasília em Planaltina, Samambaia e Gama.
-"Avaliação, projeto interventivo e portfólio", em Samambaia, DF.
- "Trabalho pedagógico, sociedade e avaliação" para professores e corrdenadores da DRE do Plano Piloto e Cruzeiro.
- "Avaliação, princípios e práticas" para professores, supervisores e coordenadores das DREs de Planaltina e Recanto das Emas.
Maria Suley Pereira:
-A importância do ato de ler" para alunos do ensino médio do CEM 02 de Sobradinho
Sandra Zita S. Tiné:
-"Avaliação no ensino médio" durante o II Encontro de Avaliação promovido pela GEPA, na FE/UnB.
Enílvia R. M. Soares:
-"O dever de casa e a avaliação" durante o I Encontro de Avaliação promovido pelo GEPA, na FE/UnB.
- "Avaliações externas e avaliação formativa: uma articulação possível?" para professores e equipe pedagógica da DRE do Recanto das Emas.
- "Avaliação formativa: princípios e práticas" para professores e equipe pedagógica da DRE do Recanto das Emas.
Enilvia e Benigna
- "Dever de casa, avaliação e organização do trabalho pedagógico", durante o IV EDIPE, realizado na PUC Goiás, de 18 a 20 de 2011.
Erisevelton Lima:
- Formação pedagógica e administrativa dos diretores de escolas: o compromisso com as aprendizagens de todos" para professores e técnicos do Ministério da Educação de Moçambique e da Universidade Pedagógica.
-"Elaboração e gestão de projetos: a avaliação institucional como mediadora" para graduandos de cursos de licenciatura da Faculdade Jesua Maria José.
-"Avaliação das aprendizagens no ensino médio" para professores, coordenadores e supervisores da DRE do Recanto das Emas.
- Avaliação das aprendizagens voltada para estudantes com TDAH" para professores e coordenadores pedagógicos.
-"Avaliação formativa: portfólio, registros reflexivos e autoavaliação" para docentes e gestores de escolas de Ceilândia.
Seguidores
Livros
A dimensão dialógica da avaliação formativa. Organização de Carmyra O. Batista. Autores: Carmyra O. Batista; Flávia R. V. dos Santos; Vânia Leila de C. Nogueira; Lúcio J. C. Batista. Paco Editorial, 2011.
Avaliação formativa: práticas inovadoras. Organização de Benigna Maria de F. Villas Boas. Autores: Benigna M. de F. Villas Boas; Carmyra O. Batista; Cláudia Q. Miranda; Domingos Di Lello; Isabela de F. Villas Boas; Ivanildo A. de Araújo. Editora Papirus, 2011.
Virando a escola do avesso por meio da avaliação, de Benigna Maria de Freitas Villas Boas, Editora Papirus, 2008.
Projeto de intervenção na escola: mantendo as aprendizagens em dia, de Benigna Maria de Freitas Villas Boas, Editora Papirus, 2010.
A aventura de formar professores, de Ilma Passos Alencastro Veiga. Editora Papirus, 2009.
A intensificação do trabalho docente: tecnologias e produtividade, de Fernando Fidalgo et al. (orgs.). Editora Papirus, 2009.
Avaliação escolar, gênero e raça, de Marília Pinto de Carvalho. Editora Papirus, 2009.
A escola en ciclos: fundamentos e debates, de Jefferson Mainardes. Editora Cortez, 2009.
Prezados/as leitores, convidamos vocês a dialogarem com os pesquisadores do GEPA sobre temas relacionados à avaliação. Estamos interessados em aprofundar a discussão teórica e em conhecer e analisar práticas que tornem a avaliação aliada de estudantes e professores. Aguardamos suas manifestações.
Grupo de Estudos e Pesquisa em Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico. É composto por 23 pesquisadores. Realiza encontros de estudos mensalmente. Analisa práticas avaliativas de escolas de educação básica e superior. Tem interesse em interagir com outros grupos de pesquisa em avaliação.